4 Problemas oculares em pugs: Por Que Precisam de Atenção Especial? Guia Completo de Cuidados Diários

Olhos de Pug

Os cuidados com os olhos dos pugs são essenciais para garantir qualidade de vida e prevenir uma série de complicações que acometem essa raça encantadora. Com seu focinho achatado e olhos grandes e salientes, os pugs se destacam pela aparência única, mas também apresentam alta propensão a problemas oculares. Neste guia completo, você vai entender por que os problemas oculares em pugs exigem tanta atenção e como manter a saúde ocular do seu pet em dia.

Por que os olhos dos pugs são tão sensíveis?

A anatomia dos pugs é o principal fator que os torna mais suscetíveis a doenças oftalmológicas. Por serem cães braquicefálicos, eles possuem globo ocular proeminente, com menor proteção das pálpebras e maior exposição ao ambiente.

Essa conformação faz com que os olhos estejam constantemente expostos à poeira, vento, corpos estranhos e até impactos leves que podem causar lesões graves. Além disso, a produção de lágrimas pode ser insuficiente, favorecendo o ressecamento da córnea, o que leva à temida ceratoconjuntivite seca.

Principais doenças oculares que afetam os pugs

Os cuidados com os olhos dos pugs envolvem a prevenção e o acompanhamento regular de doenças comuns, como:

1. Úlcera de córnea

Uma das condições mais frequentes, ocorre quando há lesão na superfície ocular. Pode surgir após traumas, ressecamento, exposição a corpos estranhos ou até pela fricção com os pelos do focinho.

2. Ceratoconjuntivite seca (Olho seco)

Essa condição se caracteriza pela baixa produção de lágrima, deixando os olhos ressecados, vermelhos e suscetíveis a infecções. É uma doença crônica que requer tratamento contínuo com colírios específicos.

3. Entrópio

Ocorre quando as pálpebras se dobram para dentro, fazendo com que os cílios e a pele entrem em contato com a córnea, causando irritações constantes e até lesões.

4. Prolapso da glândula da terceira pálpebra (Cherry Eye)

O que é o Prolapso da Glândula da Terceira Pálpebra em Pugs (Cherry Eye)?

O prolapso da glândula da terceira pálpebra, também conhecido como “Cherry Eye” (olho de cereja, em inglês), é uma condição oftalmológica comum em raças braquicefálicas, como o pug. Essa glândula, que normalmente fica escondida na parte interna da pálpebra, sai de sua posição original e torna-se visível, formando uma massa rosada ou avermelhada no canto interno do olho do cão.

Essa condição pode ocorrer em um ou ambos os olhos, e não é apenas estética — se não for tratada corretamente, pode comprometer a lubrificação do olho e causar infecções ou doenças mais graves.


Função da terceira pálpebra e sua glândula

A terceira pálpebra (ou membrana nictitante) é uma estrutura que todos os cães possuem e que ajuda a proteger o olho contra poeira, lesões e ressecamento. Dentro dela, está localizada uma glândula responsável por produzir cerca de 30% da lágrima do animal.

Quando essa glândula se desloca, ela perde a capacidade de produzir lágrima adequadamente, podendo levar ao surgimento da ceratoconjuntivite seca (olho seco), condição dolorosa e crônica que afeta a visão do pet.


Causas do prolapso da glândula da terceira pálpebra

As causas não são totalmente compreendidas, mas existem fatores de risco importantes:

  • Predisposição genética: muito comum em pugs, bulldogs, cocker spaniels e shih tzus.
  • Ligamento frouxo: a glândula é mantida por um pequeno ligamento que, em alguns cães, é naturalmente frágil, permitindo que a glândula “salte”.
  • Inflamações ou traumas oculares: coçar os olhos ou sofrer lesões também pode desencadear o deslocamento.

Como identificar o Cherry Eye no pug?

Os principais sinais do prolapso da glândula da terceira pálpebra são visíveis a olho nu e podem incluir:

  • Massa rosada ou avermelhada no canto interno do olho (parecendo uma “bolinha de cereja”);
  • Lacrimejamento excessivo;
  • Irritação ou coceira ocular;
  • Olho mais fechado ou piscando frequentemente;
  • Secreção ocular;
  • Cão esfregando o rosto em objetos ou com a pata.

É importante observar que o prolapso não é doloroso no início, mas pode causar grande desconforto e, com o tempo, comprometer a saúde ocular se não for tratado adequadamente.


Tratamento do prolapso da glândula da terceira pálpebra

Existem dois caminhos possíveis, que serão indicados pelo veterinário oftalmologista, dependendo do grau do prolapso:

1. Tratamento clínico (inicial e paliativo)

  • Uso de colírios anti-inflamatórios para reduzir o inchaço.
  • Pomadas oftálmicas com antibióticos, caso haja infecção associada.
  • Este tratamento raramente resolve o problema de forma definitiva, mas é útil em fases iniciais ou para preparar o olho antes de cirurgia.

2. Tratamento cirúrgico (o mais indicado)

  • A cirurgia é o método mais eficaz.
  • O procedimento padrão é o reposicionamento da glândula, e não a retirada dela.
  • A remoção da glândula deve ser evitada sempre que possível, pois compromete a produção de lágrima, levando a olho seco crônico.

Existem diferentes técnicas cirúrgicas, sendo a mais comum a técnica de ancoragem, onde a glândula é suturada de volta à sua posição anatômica.

Importante: nunca tente “empurrar” a glândula de volta em casa. Isso pode causar lesões graves e infecções.


Recuperação e cuidados pós-operatórios

Após a cirurgia, o pug precisará de cuidados especiais:

  • Uso de colírios e anti-inflamatórios prescritos;
  • Colar elizabetano para evitar que o cão coce ou esfregue o olho;
  • Restrição de atividades por alguns dias;
  • Retorno ao veterinário para acompanhamento.

A maioria dos cães se recupera bem com a cirurgia, mas em alguns casos o prolapso pode retornar e exigir nova intervenção.


Como prevenir o prolapso da terceira pálpebra

Embora não seja possível evitar totalmente, alguns cuidados ajudam a reduzir os riscos:

Realize check-ups oftalmológicos regulares com veterinário especializado, principalmente se houver histórico na linhagem.

Mantenha os olhos do pug sempre limpos, usando gaze e soro fisiológico;

Evite que o cão coce os olhos constantemente;

Corte os pelos ao redor dos olhos, para evitar atrito;

Sinais de que algo está errado com os olhos do seu pug

Fique atento aos sinais que indicam que a saúde ocular do seu pug pode estar comprometida:

  • Lacrimejamento excessivo ou ausência de lágrimas
  • Secreção ocular amarelada ou esverdeada
  • Vermelhidão nos olhos
  • Sensibilidade à luz
  • Piscar constante ou manter um dos olhos fechados
  • Esbranquiçamento da córnea
  • Inchaço ou alterações visíveis

Ao notar qualquer um desses sintomas, leve o cão imediatamente ao veterinário oftalmologista. Quanto antes for feito o diagnóstico, maior a chance de preservar a visão do animal.

Como fazer a limpeza correta dos olhos do pug

A higiene ocular dos pugs deve ser feita com delicadeza e frequência. Veja o passo a passo:

  1. Use gaze estéril e soro fisiológico: evite algodão, pois solta fiapos. Umedeça a gaze com soro fisiológico à temperatura ambiente.
  2. Limpe de dentro para fora: faça movimentos suaves do canto interno do olho em direção ao canto externo.
  3. Nunca use produtos humanos: colírios ou medicamentos sem prescrição veterinária podem agravar o quadro.
  4. Evite lenços umedecidos com fragrância: podem irritar os olhos.

A limpeza deve ser feita de 2 a 3 vezes por semana, ou diariamente caso o cão tenha maior produção de secreção.

Prevenção: o melhor cuidado com os olhos dos pugs

Além da limpeza regular, algumas atitudes simples podem evitar sérios problemas:

  • Evite passeios em locais com muito vento, areia ou pólen
  • Mantenha os pelos ao redor dos olhos sempre aparados
  • Não permita que o cão coloque a cabeça para fora da janela do carro
  • Realize visitas frequentes ao veterinário, incluindo avaliações oftalmológicas

Essas medidas ajudam a preservar a saúde ocular do pug e aumentam sua qualidade de vida.

Tratamentos mais comuns para doenças oculares

Quando há diagnóstico de doenças como úlcera de córnea, ceratoconjuntivite seca ou entrópio, o tratamento pode variar de acordo com a gravidade:

  • Colírios antibióticos ou lubrificantes
  • Pomadas oftálmicas prescritas
  • Cirurgias corretivas, quando necessário
  • Uso de colar elizabetano para evitar coçar os olhos

Jamais medique o cão por conta própria. O uso incorreto de colírios ou pomadas pode causar danos irreversíveis à córnea.

A importância do acompanhamento com veterinário oftalmologista

Embora clínicas veterinárias gerais possam atender casos iniciais, cães com olhos sensíveis como os pugs devem passar regularmente por avaliação com um veterinário especializado em oftalmologia.

Esse acompanhamento é crucial para diagnosticar doenças silenciosas e fazer intervenções precoces, evitando perda de visão.

Saiba mais aqui sobre: 10 Problemas Comuns de Saúde em Pugs e Como Evitar


Conclusão

Os cuidados com os olhos dos pugs são parte fundamental da rotina de quem tem um cão dessa raça. Prevenir é sempre melhor que remediar, especialmente quando falamos de órgãos tão delicados como os olhos. Com a limpeza adequada, visitas ao veterinário e atenção aos sinais de alerta, é possível manter a visão e o bem-estar do seu pug por muitos anos.

Lembre-se: mesmo que seu pug pareça saudável, problemas oculares podem se desenvolver silenciosamente. Cuide com carinho e mantenha a saúde dos olhos do seu companheiro em dia!

Maria Fernanda é a criadora do blog Meu Pet Amor, um espaço dedicado a todos que enxergam seus animais de estimação como parte da família. Apaixonada por pets e movida pelo desejo de promover o bem-estar animal, ela compartilha conteúdos informativos, experiências pessoais e dicas valiosas para ajudar tutores a cuidarem melhor de seus companheiros. Com uma linguagem acessível e acolhedora, Maria Fernanda transforma conhecimento em carinho e orientações práticas em gestos de amor pelos animais.

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